segunda-feira, 17 de novembro de 2008

...Omega

Que homem arruinado é esse
Carne translúcida e ossos frágeis
O tipo de tempo onde as p*t*s e vilões
Tentam o livro holistico.

Correndo desenfreado com pensamentos livres para livres formas.
Na liberdade e clareza.
Onde as matérias são deixadas para fora como fios de tecido numa lavandaria
Examinar e se concentrar no maior, melhor, agora.


Nós todos temos pecados que precisam ser colocados para fora,
Virtudes pelo despedaçado,
E leis e sistemas
E troncos surgem dos ramos do escritório.
Sabes o que o teu aviso acarreta?
Tens um propósito a servir?
Ou serves de propósito?

Deitado dentro da tua abundância,
O valor de um verão gasto
E um inverno conquistado.

Para o resto de nós, sempre há o domingo.
O dia da semana para o descanso,
Mas tudo o que fazemos é recuperar o fôlego
Para que passemos com dificuldade pela piscina de sangue
E coloquemos a mão no grande livro preto.
Assistir as facas fazerem zig-zag entre nossos dedos doloridos.

As férias são uma contagem regressiva,
Cada vez menos na vida.
É hora de arrastar a língua no copo de açúcar
E esperar que se sinta o gosto.

Mas para que tudo isso? (O que diabo está acontecer?)
Cala a boca!
Eu poderia continuar, mas vamos prosseguir.

Digamos que tu és eu, e eu sou tu,
E eles assistem as coisas que fazemos
E como uma porrada de rancor
Jogaram-me pelas escadas a baixo.
Não me sinto assim há anos,
O grande imã de rejeição maliciosa
Deixa-me ir e
Dá-me um soco no ponto morto de novo.

É para lá que se vai quando não se tem mais ninguém ao nosso redor
Só tu
E nunca esteve lá ninguém, pois não?
Malditos pretenciosos, covardes
Com o polegar no pulso
E um dedo no gatilho.
Confidencial o c******! É um segredo e sabes disso.
Governo é outra maneira de dizer
Melhor
Que
Você

É como gelo que não quebra
Uma acusação de assassinato que não é aceite.
É como outro mundo,
Onde se pode sentir o cheiro da comida
Mas não pode tocar nos talheres.

Que sorte!
Por fascismo pode-se votar.
Isso não é porreiro?

E todos nós vamos morrer um dia,
Porque esse é o “jeito americano”
E eu bebi demais
E falei de menos
Quando o teu assistente gravou no meio,
Diz uma prece, evita a humilhação,
Recupera e... (veja o que está acontecendo)
Cala a boca! (Vai-te f****!)
Vai-te f****!

Desculpa, eu poderia continuar mas...
É hora de prosseguir.
Lembra-te de que és uma ruína, um acidente
Esquece a aberração, a tua natureza.

Mantém a arma lubrificada e o templo limpo
Merda, bufa e diz blasfémias
Deixa as cabeças ficarem frias e os motores arrefecerem.

Porque no final,
Tudo que fazemos
É tudo o que fizemos.

Escrito por: Corey Taylor

(... a minha momentânea falta de inspiração obrigou-me a procurar alguém com o mesmo sentido e foi fácil! Filipe Soares)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

…All Hope Is Gone

E se eu me apaixona-se outra vez?
E se eu me permitisse sentir a nobre necessidade de ter alguém do meu lado? E se… E se sim?
Tentei com tudo o que me foi possível, apagar as memórias mortas que residem dentro do meu coração e ver que os dias já não são pintados da mesma cor, nem com o mesmo pincel. Provavelmente, já nem na mesma tela.
Dia a dia, luto para que cada passo que dê atrás, seja apenas um passeio pelas ruas da amnésia.
Talvez, se eu não fosse tão cobarde ao ponto de temer quem se quer aproximar de mim, hoje não me questionava desta maneira. Por isso fujo e levo comigo o medo das decisões por tomar, a inquietude de uma vida que o não é, o tempo que não pára.
Sinto-me um espantalho num campo deserto. Deserto de tudo. Pregado a uma cruz de onde o medo não me permite sair. Afugento os meus amigos por inerência da máscara que uso mas, de braços abertos, sinto que consigo amar alguém como já o fiz antes.
Esta é a máscara que uso. É nela que confio.
Durante este tempo, tenho organizado a minha vida como se de um puzzle se tratasse. Verifico cuidadosamente cada peça que coloco, para que mais tarde não a tenha de remover.
Agora, olho e vejo-me retratado nele. Sentado, sem máscara e mais forte do que nunca. Do meu lado esquerdo tem uma janela onde se pode ver que está a chover. Do outro lado, existe um buraco, onde faltam colocar quatro peças e nelas, deposito a esperança que esteja a imagem de quem me vai acompanhar o resto da vida.

No percurso da minha vida existem sempre estradas que divergem, eu escolho sempre a menos usada. Isso faz toda a diferença.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

... All Hallow's Eve

Em tempos, costumava festejar o Halloween, embora que, muito suavemente. Era um sentimento especial, quando chegava a noite das bruxas e me juntava com os meus amigos para jantar, com a casa repleta de bruxas, umas davam risadas outras mantinham-se estáticas. Havia também caveiras, abóboras, monstros e velas espalhadas por toda a casa mantendo assim uma ambiente de elevação espiritual. Claro que não podia faltar a música. Essa era escolhida a dedo para a ocasião.
Depois de jantar, escolhia-mos sempre um ou dois filmes mais assustadores para vermos pela noite dentro enquanto substituíamos as pipocas pelas castanhas assadas. E era assim! Pacifico.
Lembro-me também, já há muitos anos, nessa mesma noite, estar com uns amigos, quatro, perto de um pinhal e dentro do carro de um deles, a conversar sobre bruxas e os respectivos bruxedos. Estivemos ali até de madrugada. Eu pouco falava e parece que a cada história que contavam, os meus olhos pareciam já ver mais qualquer coisa lá fora, que simples pinheiros altos a dançarem ao vento. Quando todos já não conseguiam esconder o quanto estavam assustados com os mitos e lendas, resolvemos ir embora. A mim, tiveram que me levar a casa e esperar que eu acendesse a luz do meu quarto, sinal que estava tudo bem e, segundo vim a saber, eles dormiram todos na mesma casa.
Este ano vou fechar-me no meu quarto. Eu e todos os artefactos que a ocasião proporciona e que ao longo dos anos fui coleccionando, para que um dia, como este, possa proporcionar um Halloween como sempre sonhei.
Ainda não vai ser desta.
Feliz Halloween para todos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

... Devotion


Parabéns Filipe...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

...Autumn

Embora cada vez mais pareça que só existem duas estações do ano, uma em que chove mais e outra em que chove menos, … estamos no Outono. E é no Outono que mais gosto de respirar. Gosto de acordar com uma manhã enevoada que tarda em descobrir. À tarde, sente-se o aveludado laranja do sol a tentar aquecer a pouca seiva que ainda existe nos troncos, ramos e folhas das árvores. Infortúnio, claro! Estas acabam sempre por secar e cair e dão-nos a oportunidade de caminharmos sobre elas, nos passeios, ouvindo-as estalar debaixo dos nossos pés. E por sim a noite cai como um olhar triste de um lobo qualquer.
O meu sangue não gela. Por isso é que consigo andar sobre as folhas secas, caminhar à chuva e sentir o vento a despentear-me enquanto observo o mar, sentado no paredão. E enquanto caminho nas sombras dos ramos outrora fecundos, eu sinto seguro e livre, também não sei mais para onde ir, mas sei que não consigo estar onde não pertenço.

As palavras saem murmurando deste lápis
Como se os teus ouvidos fossem este papel,
Palavras cinzentas, riscos e traços
Dum lápis vácuo e agora invisível.

Teus ouvidos já não são de papel
Nem espaços têm para eu escrever.
São mudos às palavras que grito,
São cegos e jamais quererão ver

E se eu regasse as árvores da rua
Com sopa de letras e a chuva que cai do céu,
Cada folha que agora caísse
Trazia escrito um verso meu.

E, talvez com a ajuda do vento
As fizesse chegar junto de ti.
Seriam pisadas,
Varridas, ignoradas,
Mas a minha vontade eu cumpri.

Parabéns Marisa!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

... Dedication

As amizades que fui construindo ao longo da vida, foram todas cultivadas com muita dedicação, tal como a amizade que foi crescendo entre nós. Foram todos estes anos que me fizeram perceber o quanto és importante para mim, apesar de toda esta distância, tás sempre comigo... conheço os teus gostos, os teus sentimentos, as tuas angústias, as tuas alegrias, a tua revolta... e tu conheces-me tão bem...

Quando me dizes que sou especial para ti, fazes-me perceber o sentido da minha presença no mundo. São pessoas como tu, que de tão raras que são, me fazem perceber que nesta curta passagem, o melhor que temos e levamos connosco é prazer de fazermos amigos que nos os tornam a vida tão especial.

Obrigado pela pessoa que és, por me ajudares nos momentos difíceis, por me fazeres ver a vida de uma outra forma, por me fazeres sorrir, por me compreenderes, por me dares tão bons conselhos, por conseguires ver as minhas lágrimas, por seres tudo aquilo que és para mim... continua sempre assim, amigo, fiel, espontâneo e directo, apesar de toda essa revolta que há em ti...
I hear you breathe so far from me
I feel your touch so close and real
And I know
My church is not of silver and gold,
It's glory lies beyond judgment of souls
The commandments are of consolation and warmth
H.I.M.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

...The Photo


O título do nosso blog escrito no areal de uma praia...

sábado, 9 de agosto de 2008

... Deep Shadows

À uns dias atrás perguntaram-me porque é que eu gostava do lado sombrio das coisas.

Óbvio que percebi o cerne da pergunta, mas… porque intitular o que eu gosto como “sombrio”?

A pergunta veio depois de ter respondido a outras tantas como: “Qual é o teu filme preferido?”; “Que tipo de música gostas?”; “O que gostas de fazer?”, e mais umas quantas das quais já não me lembro. Como sempre, respondi com sinceridade e disse que gostei bastante de ver O Corvo, gosto de ouvir heavy-metal e gosto da chuva, respectivamente.

Penso que as pessoas chamam “lado sombrio” àquilo que desconhecem ou que receiam. Desconhecem porque é escuro (sombrio) e por ser escuro, temem. Mais uma vez, esta ideia foi formalizada por que inventou o Bem e o Mal e por sua vez, o Céu e as Trevas. Depois teve a necessidade de distinguir uma da outra e colocou a luz no Paraíso e a escuridão no Inferno. Como para mim, tudo isso não passam de invenções, ideias para educar uma população carente de crenças, eu não consigo distinguir uma da outra, a não ser o facto de estar escuro ou claro, dia e noite … mas percebo a curiosidade de quem me faz as perguntas.

Agora, respondendo à questão inicial. Como qualquer pessoa normal, existem sons que me agradam mais do que outros. Existem sítios que me transmitem algo que preciso naquele momento. Também existem pessoas com as quais me identifico mais. Isso tudo advém da maneira como assimilo tudo o que vejo e ouço, até porque ver e ouvir são dos actos mais nobres do Homem.

Gosto do preto que por acaso é a mistura de todas as cores, gosto da chuva que sendo composta por água pode estar associada à Vida, gosto do heavy-metal porque faz-me gritar bem alto e sentir-me vivo, gosto da Lua porque ao vê-la é sinal que consegui chegar ao fim de mais um dia e gosto de mim, … porque compreendo-vos!

"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem; cada um como é."
Fernando Pessoa

sábado, 12 de julho de 2008

... Friendship!

Não estava nos meus planos deixar ficar aqui uma mensagem tão cedo mas penso que é merecido, tendo em conta a pessoa em causa.

Na passada quinta-feira foi o aniversário do meu melhor amigo.

Embora não tenha estado com ele, mandei-lhe uma mensagem a desejar os meus sinceros Parabéns.

Pode-se dizer que cumpri com o meu dever de amigo, mas sinto que ficou algo mais por fazer. Talvez por estar habituado a passar este dia de outra forma e na companhia dele, a tomar café ou a beber uma cerveja ou até mesmo a tocar guitarra. Deve ser por isso.

Carlos Drummond de Andrade, diz que: "Como as plantas a amizade não deve ser muito nem pouco regada." Talvez a origem da minha secura.

Sei que todos temos as nossas obrigações, os nossos compromissos e todo um conjunto de responsabilidades, mas, às vezes deixamo-nos cair no desleixo e quando dá-mos por ela já não existem nuvens que nos reguem, pelo menos por mais uns meses.

Contra mim falo. E não sou mais por proferir estas palavras, porque muito do que sou hoje, devo aos meus grandes amigos e por isso é que Isaac Newton diz: "Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes."

sexta-feira, 4 de julho de 2008

... Words

E assim começa a nossa história, com muitas páginas de conversas, muitas horas em frente ao pc, muitas imagens trocadas, muitas músicas dedicadas... tudo à uma distância de 300km e sem nunca nos ter-mos cruzado...

Passados oito anos, decidimos criar este blog, para partilhar as nossas ideias, dar a conhecer as nossas opiniões e desvendar os nossos pensamentos!

Esperemos que todos aqueles que nos visitam contribuam para a troca de ideias e que, acima de tudo, que este blog seja um espaço de interacção de ideias e ao qual dediquemos alguns minutos... :)

Aguardamos os vossos comments :)


"Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado." (Goethe)